quinta-feira, 3 de março de 2011

Os Télélés nas nossas vidas

Desde que foi criado e espalhado por toda a gente, o telemóvel faz parte da nossa vida.

Há não muito anos atrás, por razões profissionais, o meu Pai idealizava uma forma rápida e económica de comunicar de grandes distâncias com a nossa casa, existindo unicamente nessa altura os Rádio CB, no entanto e por razões geográficas as transmissões perdiam-se pelo caminho, não logrando o intento de falar com a minha mãe sempre que necessitava.

Nesse tempo fantasiava-se a hipótese de dispor de um aparelho de reduzidas dimensões, que com o qual fosse possível falar de qualquer lugar para todo o sítio, com a maior comodidade e com o máximo de qualidade de som, sem perda de informação, mas tal ideia, só pela simples necessidade da existência de aparelhos repetidores de frequência espalhados por tudo quanto é sítio, tornava a ideia obsoleta ou impensável, continuando este povo a comunicar unicamente por carta e telefones fixos e com as limitações que isso acarretava.

Apesar, de no inicio da década de oitenta ter sido criado o primeiro telemóvel, só alguns anos depois este aparelho chegou a Portugal, custando então pequenas fortunas, sendo acessível a muito pouca gente, chegando somente a alguns elitistas, desfrutando estes desta novidade, muitas vezes não por necessidade mas sim por evidente ostentação.

Muito rapidamente, em Portugal estes aparelhos foram comercializados e quase vulgarizados, sendo os mesmos hoje em dia disponíveis a quase toda a gente a preços ridículos, oferecendo as operadoras de comunicações, pacotes de serviços que permitem ao utilizador comunicar incessantemente por valores fixos, acessíveis a  todos nós.

Aquele aparelho que há uns anos atrás, embora ambicionássemos ter, era então totalmente desnecessário, hoje não é de todo dispensável, pois vivemos constantemente agarrados a ele, pois o dito, dorme connosco, come connosco, viaja connosco, vai à escola com os nossos filhos, acompanha-nos ao cinema, enfim, não passamos sem ele, chegando muitas vezes a entrarmos em quase desespero caso o tenhamos esquecido em casa, só por imaginarmos que alguém nos ligue e não possamos atender, coisa que antigamente não nos inquietava absolutamente nada.

Outra coisa que tenho reparado por todo o lado, é a dependência de muitos jovens em relação aos telemóveis, não sendo de todo invulgar assistir junto a escolas, centros comerciais e outros lugares públicos a marés de miúdos incessantemente agarrados a estes aparelhos, quer seja a conversar, jogar, ouvir música ou a escrever continuamente mensagens escritas, não sendo descabido dizer que passam a vida com o aparelho na mão, como se este foi uma natural extensão ou apêndice dos seus braços ou das orelhas.

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