quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Conversas

No comboio.
Um senhor com cerca de 80 anos.
Uma miúda americana e melosa.

Ele: Olha aqui um lugarinho! Posso?
She: (ela anuiu)
Ele: Atão? Tá cá de férias é?
She: Ai donte anderstandiú!
Ele: Ah! É ingresa?
She: Hiuéssai!!
Ele: Ah! Atão… é inglesa! Eu cá trabalhei 20 anos com ingleses, franceses e alemães e não aprendi a falar nada com eles. Num é que me fizesse falta, mas….
She: Sóri… Ai donte anderstandiú! ( e encolhe os ombros)
Ele: E atão, tá cá há muito tempo? Onde é que dormiste?
“Eu cá dormia… dormia!!” (baixinho)
She: (levanta o dedo indicador) Uône!
Ele: Um mês? Uma semana?
She: Sóri… Ai donte anderstandiú!
Ele: Prontes!!! Muito prazer em falar consigo!!!
She: Óquei, Óquei!!!
Ele: (Levanta-se, estica a mão, dá-lhe dois beijos e sai com um ar vitorioso e satisfeito)
She: (Fica aturdida e não entendeu nada do que se passou, alem de que um idoso todo simpático esteve a falar para ela quase meia hora numa língua estranha e ainda lhe sacou dois beijos).

Eu: Ri-me à gargalhada no banco de trás!!!

domingo, 21 de agosto de 2016

Porque sim...

Porque sim… 
Na falta de entendimento… a gente foge. 
Foge-se para encontrar, anda-se para não parar, correr-se para não sair do sítio. 
Há dias assim, em que nos sentamos ao sol sem procurar sombra, que observamos em vez de ver, que receamos que os livros que dispomos não cheguem para a disponibilidade que temos para os ler, que o vento de frente é presenteiro, que as alturas das arribas nos dão segurança, que o tempo é pouco para tudo e que temos tudo para ser felizes. 
Fugi, apreciei, vivi cada instante num local que sem saber porquê me é deveras especial, que me faz refletir, que me enche a alma e o peito. 
Encontrei-me sem que andasse perdido, encontrava-me ali indeterminadamente até me perder. 
Vou voltar, não sei quando mas vou voltar, uma e outra vez até perceber porque me ali encontro.
Aconselhar não é egoísmo, mesmo que não sejamos o melhor exemplo sabemos no fundo qual o caminho certo a seguir, por isso... fujam, encontrem-se, mesmo que seja sem sair donde estejam, mas encontrem-se nem que para isso seja preciso perderem-se.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Por diversas razões pensei… parei de escrever porquê?
Se não fazia… o passei a fazer e tal me dava satisfação… porque deixei de o fazer???
Pois! Não é por falta de inspiração ou carência situações quotidianas
que merecem “gastar” duas linhas ao fim do dia. Essas estão “avondo” e brotam de todos os lados e da boca de toda a gente.
Falta sim a vontade a iniciativa para o fazer, a falta de consciência do bem que faz escrever, da satisfação pessoal faz passar ideias, pensamentos e sentimentos para escrita. Não para quem o lê, pois tenho noção que poucos o fazem, mas sim e somente pelo deleite de o fazer para mim.
Faço-o agora e delicio-me com somente três parágrafos, parágrafos estes que há muito andavam para ser escritos e são com toda a certeza o início de muitos outros que virão.
Obrigado a mim.