sábado, 30 de abril de 2011

Meu querido mês de Maio

E está aí o mês de Maio!
Com ele vem chegando aquela onda de branquinhos "Skip" que conquistam o Al-Garb em dois dias; que entopem a N125; enchem os supermercados e áreas comerciais sem nada comprar; partilham bicas com o cônjuge e Coca-Colas com os filhos; aprendem a cozinhar sopa e sandes de conquilha;  que se julgam donos e senhores do território alheio; passam à frente nas filas; falam alto como se isso os tornasse superiores; que na sua opinião não vêm fazer nada mais que matar a fome aos que cá vivem o resto do ano, e, que fazem nada mais que aquilo que fazem na terra deles.... porcaria!
Abençoado Algarve, que satisfaz qualquer Tuga!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um dia muito especial

Esta noite, tive o enorme e gratificante prazer de presenciar e testemunhar a emoção envolvente do nascimento de uma criança.
Encheu-me de satisfação ver o tremer da voz de um Pai, de sentir a sensatez de uma Mãe, que apesar de o ter sido pela primeira vez, esteve como sempre e em todas as ocasiões um comportamento exemplar, de partilhar a alegria e emoção de amigos próximos que mantiveram consciente o sofredor Pai, de testemunhar a verdadeira afeição e estima de uma mais que amiga, que “partilhou” a gravidez e teve um outro filho, sem que o tivesse concebido.
Vim para casa com o sentimento de sincera alegria e satisfação, não só por mim, mas principalmente pelos Pais, que hoje, são com certeza as pessoas mais felizes deste mundo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A vida é uma "Couve"

A RTP exibiu há uns dias uma reportagem sobre um Portugal profundo, onde apresentava um lugarejo qualquer nas Beiras, em que um grupo de idosos vivia feliz na sua singeleza, extraindo da terra quase todo o seu sustento, subsistindo quase unicamente da agricultura e do que os animais domésticos lhes proporcionavam.
Nessa pequena exibição, não deixei de reparar na astúcia de um idoso, na sua tarefa de colher algumas folhas de couve, para mais tarde serem preparadas pela esposa num regabofe familiar cheio de sabor caseiro, fazendo-me essa tarefa lembrar um pequeno episódio da minha infância.
Assim, não teria eu mais que dez anos de idade, quando, certo dia minha mãe me incumbiu a tarefa de ir à horta e apanhar algumas couves para mais tarde preparar uma refeição, tendo eu então, na inocência da criança que era, arrancado as plantas pela raiz, exibindo o feito à minha mãe como que se de um troféu se tratasse.
Nesse dia, recebi uma lição que até ao dia de hoje não esqueci, tendo-me então sido explicado que as couves são como a vida, devem-se delas tirar unicamente as folhas mais viçosas, e esperar que as que ainda não estão prontas a ser consumidas amadureçam e nos deleitem no dia seguinte com o seu pleno sabor e nutritivo alimento, evitando desta forma que planta cesse prematuramente a produção do prazer que lhe proposto.
Dessa lição, aprendi também que das melhores plantas se extraiam sementes para novas sementeiras e posteriores colheitas, deixando-as envelhecer, proporcionando-lhes a hipótese de crescer e tornarem-se quase árvores, morrendo de velhice e com a missão de vida comprida.

Hoje, ao lembrar este episódio, penso que muita gente neste mundo nunca aprenderá a desfrutar do sabor de uma couve, ou porque deixa passar o do tempo próprio para o seu consumo, ou porque na avidez come as folhas prematuras não desfrutando do seu pleno paladar, ou ainda, que vivem diariamente na esperança que alguém as colha por elas e lhas prepare para seu bom deleite, como se isso fosse sua natural obrigação, fazendo qualquer um pensar que esta acção seja uma satisfação ou objectivo da sua vida, sentindo-se felizes pelo simples facto de mostrar que comem aquilo que lhes é preparado e muitas vezes levado à boca.

domingo, 17 de abril de 2011

Semana Santa

Hoje é Domingo de Ramos, para quem não sabe celebra-se a entrada de Jesus em Jerusalém. Entramos na semana Santa. Inicia-se assim a entrada na semana mais importante do ano, do ponto de vista católico, uma semana em que se celebra o apogeu e a queda do que dizem ser o filho de Deus na sua passagem pela terra.
Muitos houve, na história da humanidade, que fizeram sacrifícios em nome daquilo em que depositavam a sua fé, muitos foram julgados pela ignorância de outros em todas a épocas. Existem muitas manchas tristes na nossa história feitas tanto em nome da religião como em nome de outra coisa qualquer. 
Se Jesus não foi filho de Deus e sim produto de uma invenção humana então estamos perante um caso de uma extraordinária imaginação e carregada de consequências. Ou seja, do género bola de neve. Alguém que terá pensado vou inventar uma história para sossegar o próximo, uma justificação para tudo. A invenção cresce e o autor perde as rédeas e depois é deixar ir, fechar os olhos e esquecer. Não deixa de ser tremendamente engenhoso. Mas por mais engenhoso que o ser humano seja e apesar de se dizer feito à imagem do próprio Deus, não parece que o tenha feito. Existem, depois desta, de facto outras, invenções provadas e imperfeitas.   
Partindo então do princípio que o filho de Deus foi enviado à terra para nos redimir dos pecados, que já na altura eram muitos, como poderemos entender que não tenha voltado? Seriam os povos daquela época mais descentrados do que nós? Não me parece. 
Terá ELE achado que uma só visita seria suficiente? Terá previsto o futuro? Não sabe ele já o nosso futuro? Como Criador não sabe ele já tudo? Ou fará exactamente como os outros artistas que criam e são obrigados a desprenderem-se da arte, deixá-la ir. Tal como o sentimento com os filhos, há uma altura que os temos que deixar ir, ensinamos o caminho mas não o percorremos com eles, não podemos…temos que os deixar ir. Sendo assim e embora saibamos as regras do caminho a percorrer temos que o fazer a sós. ELE, como pai, estará presente, poderá ajudar, mas somos nós os responsáveis. Devo então encarar o facto de um sacrifício feito numa altura de grande devaneio humano foi o suficiente para nos concentrar no caminho certo. Apesar de a humanidade se encontrar numa época de grande avanço encontra-se, também, mais perto do esgotamento. Passo a explicar, caminhamos a passos largos para o desaparecimento do mundo tal como o conhecemos, tal como já aconteceu em outras alturas da nossa história. Resta-nos entrar em auto reflexão, pensar bastante sobre tudo o que será importante para nós, para ELE, procurarmos no fundo da nossa existência e encontrar a resposta não para O agradar, não para O satisfazer mas para que a nossa existência não seja em vão. Se ele foi capaz de sacrificar o próprio filho, que seremos nós capazes de sacrificar? 
O caminho não está na Bíblia, o caminho está em nós se o conseguirmos ver, está na capacidade de deixar de mentir a nós próprios e no acreditar que somos muito melhores, somos muito especiais. Se a vinda de Cristo à terra tinha como função dois mil anos depois alguém tivesse atingido uma consciência então já valeu a pena. Como eu há muitos que encontram um caminho mais feliz através da análise dos erros. Como eu há aqueles que acreditam que há um mundo por conhecer. Um mundo que poderá ter vários nomes. O inferno é aquilo em decidimos transformar a nossa estadia na Terra, um inferno ou outra coisa qualquer. Acredito, no entanto, que para encontrarmos qualquer outra coisa estaremos sempre em contacto com o mal. Resta-nos exercer aquilo que ainda não se paga, o acto de pensar e analisar, a autoavaliação.
Celeste Silva

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Era uma vez

Quando hoje em dia contamos aos nossos filhos, que noutros tempos só existiam dois canais de televisão, eles ficam boquiabertos e completamente incrédulos, olhando para nós como se de loucos nos tratássemos.
Ninguém acredita que não há muitos anos, as imagens televisivas que nos entravam diariamente pela nossa casa a dentro eram a preto e branco e que, para além das transmissões serem interrompidas durante a noite, existiam também emissões escolares regulares durante a tarde, a famosa “Telescola” da qual ainda fui árduo aluno.
Quem não se lembra das maravilhosas e epopeicas telenovelas que deslumbravam as nossas famílias e caseiros serões, das transmissões cinzentas do Benfica em jogos em mortiços relvados e dos programas em directo via “Eurovisão”? Que nos deixavam totalmente na expectativa de presenciar qualquer coisa extraordinária, mas que quase sempre acabavam com os caracóis cheios de laca do Eládio Clímaco agarrado ao microfone e as suas empolgantes prelecções sobre festivais ou dos saudosos “Jogos Sem Fronteiras”.
Hoje em dia, são poucas as casas que não disponham de TV Cabo, oferecendo um alargado leque de canais temáticos, que nos fazem “zappar” para cima e para baixo, entediando-nos por não encontrar “o tal canal” que nos satisfaça, esquecendo-nos entretanto que ainda há pouco, existiam apenas duas opções televisivas e que eram raros aqueles de nós que dispunham de um luxuoso “telecomando”.

domingo, 3 de abril de 2011

O facto de andarmos à rasca, já não é de hoje.
Já o “Jota Cristo”, que morreu com trinta e três anos de idade, nunca teve um emprego, não fez descontos, vivia de esmolas, sempre foi ostracizado pelos então governantes e duvido que em alguma vez tenha passado recibo pelos serviços prestados.