segunda-feira, 11 de abril de 2011

Era uma vez

Quando hoje em dia contamos aos nossos filhos, que noutros tempos só existiam dois canais de televisão, eles ficam boquiabertos e completamente incrédulos, olhando para nós como se de loucos nos tratássemos.
Ninguém acredita que não há muitos anos, as imagens televisivas que nos entravam diariamente pela nossa casa a dentro eram a preto e branco e que, para além das transmissões serem interrompidas durante a noite, existiam também emissões escolares regulares durante a tarde, a famosa “Telescola” da qual ainda fui árduo aluno.
Quem não se lembra das maravilhosas e epopeicas telenovelas que deslumbravam as nossas famílias e caseiros serões, das transmissões cinzentas do Benfica em jogos em mortiços relvados e dos programas em directo via “Eurovisão”? Que nos deixavam totalmente na expectativa de presenciar qualquer coisa extraordinária, mas que quase sempre acabavam com os caracóis cheios de laca do Eládio Clímaco agarrado ao microfone e as suas empolgantes prelecções sobre festivais ou dos saudosos “Jogos Sem Fronteiras”.
Hoje em dia, são poucas as casas que não disponham de TV Cabo, oferecendo um alargado leque de canais temáticos, que nos fazem “zappar” para cima e para baixo, entediando-nos por não encontrar “o tal canal” que nos satisfaça, esquecendo-nos entretanto que ainda há pouco, existiam apenas duas opções televisivas e que eram raros aqueles de nós que dispunham de um luxuoso “telecomando”.

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