“Às vezes, tenho medo de estar a criar uma distância insuperável entre mim e as pessoas que me são queridas. O perigo não é a distância física, os milhares de quilómetros que muitas vezes nos separam, o perigo é deixarmos de nos entender.
Mesmo ausentes, continuamos a existir em todos os momentos.
Calculo a diferença horária e lembro-me das pessoas que me são queridas, telefono à minha família, mas os lugares onde estou, aquilo que ouço e aprendo é muito diferente dos lugares onde eles estão, daquilo que ouvem e aprendem. A experiência que temos do mundo diverge cada vez mais. Utilizamos palavras, são as mesmas, mas têm significados diferentes.”
E assim foi a minha segunda experiência com José Luís Peixoto, a primeira foi com o “Cemitério de Pianos” que achei fascinante e distinto, agora com o “Dentro do Segredo”, José Luís Peixoto leva-nos numa viajem pela Coreia do Norte, o ‘país mais fechado do mundo’, que vive num presente cheio de brilho falso e alegria encenada e ensaiada.
Cheio de pormenores incríveis, que só um português consegue detetar e tão bem descrever.
Sem comentários:
Enviar um comentário